O governo do Japão anunciou que começará a utilizar terra levemente radioativa retirada da região de Fukushima em canteiros de flores nos jardins do gabinete do primeiro-ministro, em Tóquio. A medida tem como objetivo mostrar à população que o material pode ser reutilizado com segurança.
A terra foi retirada de várias áreas da província de Fukushima durante os trabalhos de descontaminação após o desastre nuclear de 2011. Desde então, cerca de 14 milhões de metros cúbicos de solo e entulho foram armazenados provisoriamente. Parte desse material, segundo o Ministério do Meio Ambiente, já apresenta níveis de radiação baixos o suficiente para ser reaproveitado.
A ação simbólica, realizada dentro da área do governo, será a primeira reutilização desse solo fora da província de Fukushima. A decisão segue diretrizes do ministério, aprovadas em março, e conta com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O solo será usado como base e coberto com uma camada de terra mais espessa, capaz de reduzir os níveis de radiação a patamares considerados desprezíveis.
Apesar do anúncio, a iniciativa ainda enfrenta resistência. Planos anteriores de usar o solo em parques públicos de Tóquio foram cancelados após protestos da população. O governo, no entanto, insiste que ampliar o entendimento público sobre a segurança do material é essencial.
A lei japonesa determina que até março de 2045 todo o solo contaminado seja transferido para fora da província de Fukushima. Segundo as normas atuais, o uso do material só é permitido se a contaminação for inferior a 8.000 becqueréis por quilo de césio radioativo.
Fonte: Kyodo News