Economistas Preveem Aumento da Taxa de Juros do Banco do Japão em Dezembro, Apesar de Incertezas Econômicas e Políticas
A maioria dos economistas espera que o Banco do Japão (BoJ) eleve sua taxa de juros em dezembro, segundo uma pesquisa realizada pela Bloomberg entre os dias 6 e 11 de setembro. Mesmo após a recente volatilidade no mercado, cerca de 90% dos entrevistados acreditam que o aumento ocorrerá até janeiro de 2025, com mais de 50% apostando em dezembro.
Atualmente, o BoJ mantém a taxa de juros em torno de 0,25%, mas 53% dos economistas ouvidos na pesquisa preveem uma elevação em dezembro, enquanto 19% esperam que isso aconteça em janeiro, e 15% acreditam em uma mudança já em outubro. No entanto, nenhum deles prevê alterações na reunião deste mês, marcada para os dias 19 e 20 de setembro. A expectativa geral é de que o BoJ continue monitorando os efeitos da alta realizada em julho e a reação dos mercados financeiros antes de tomar novas medidas.
A economia dos Estados Unidos surge como o principal fator de risco para o futuro da política monetária japonesa. Muitos especialistas apontam que uma possível desaceleração da economia americana, combinada com cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), poderia dificultar o avanço do BoJ em sua estratégia de aumento de juros. A diferença nas políticas monetárias entre Japão e EUA também pode agravar a desvalorização do iene, que atualmente gira em torno de 141 ienes por dólar.
A situação política interna do Japão é outro elemento importante a ser considerado. Com a eleição do novo líder do Partido Liberal Democrata e a possível dissolução da Câmara dos Deputados, 20% dos economistas acreditam que a incerteza política pode adiar novos aumentos nos juros ainda este ano. No entanto, 66% preveem que o ex-ministro do Meio Ambiente, Shinjiro Koizumi, vencerá a disputa pela liderança do partido, o que pode trazer mais estabilidade à política econômica do país.
Diante desse cenário, o Banco do Japão segue cauteloso, aguardando tanto os desdobramentos econômicos nos EUA quanto as mudanças políticas internas, antes de avançar com novas elevações nas taxas de juros.
Fonte: Bloomberg