O Japão foi ultrapassado pela Índia e caiu para o quarto lugar no ranking de poder e influência da Ásia, de acordo com o Asia Power Index 2024, divulgado neste domingo pelo think tank australiano Lowy Institute. Esta é a primeira vez que o Japão perde o terceiro lugar desde o início do levantamento, em 2018.
O estudo avalia 27 países e territórios da Ásia com base em diversos fatores, como economia, defesa, diplomacia e outros aspectos que medem a influência de cada nação na região. Embora o Japão tenha mantido sua força em áreas como a diplomacia, seu desempenho econômico foi prejudicado, em grande parte, pela forte concorrência de potências tecnológicas como China, Coreia do Sul e Taiwan.
A análise aponta que o Japão perdeu seu tradicional domínio em setores tecnológicos devido à diminuição dos investimentos estrangeiros em sua indústria de tecnologia. Além disso, o envelhecimento da população japonesa também afeta negativamente a produtividade e o crescimento do país.
Por outro lado, o Japão ganhou destaque nas áreas de defesa e segurança, intensificando sua colaboração com os Estados Unidos e outros parceiros regionais. Apesar do declínio econômico, o país se manteve forte no cenário diplomático, ultrapassando os Estados Unidos e alcançando o segundo lugar em influência diplomática, ficando atrás apenas da China. No último ano, o Japão foi o país mais ativo em negociações bilaterais, com um total de 96 encontros, incluindo importantes reuniões com nações do Sudeste Asiático.
Ainda assim, especialistas questionam o impacto da liderança do atual primeiro-ministro Fumio Kishida em comparação com seus antecessores, sugerindo que a qualidade da influência diplomática japonesa tem sido limitada.
O estudo também ressalta a crescente pressão militar na região, com a China se posicionando de maneira mais estratégica para manter uma presença prolongada em caso de conflitos na Ásia, especialmente em torno de Taiwan. Embora os Estados Unidos ainda liderem em termos de capacidade militar, a diferença entre as forças americanas e chinesas está diminuindo.
Fonte: The Japan Times
