O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou nesta quarta-feira, 9 de outubro, a dissolução da Câmara dos Deputados, preparando o cenário para uma eleição geral antecipada, marcada para o dia 27 de outubro. A decisão veio apenas oito dias após Ishiba assumir o cargo, o que faz desta a dissolução mais rápida já registrada no período pós-guerra do Japão.
A ação do premiê visa obter o apoio popular para seu governo, que enfrenta desafios dentro do próprio partido, o Partido Liberal Democrata (PLD), após escândalos recentes. A eleição também será um teste para a capacidade de Ishiba de implementar reformas políticas e fortalecer a posição de seu governo em um momento delicado.
Escândalos e críticas
O PLD, que junto com seu parceiro de coalizão Komeito detém mais de 280 das 465 cadeiras da Câmara dos Deputados, enfrenta críticas e desgaste após revelações de que membros do partido não declararam corretamente fundos de campanha. Mesmo diante desse cenário, Ishiba está confiante de que conseguirá manter a maioria parlamentar nas eleições que se aproximam.
A oposição, liderada pelo Partido Constitucional Democrático do Japão (PCDJ), tem atacado a decisão de Ishiba de dissolver a Câmara tão rapidamente. Yoshihiko Noda, líder do PCDJ, acusou o primeiro-ministro de utilizar a “lua de mel” inicial de seu mandato para assegurar uma vitória eleitoral antes que o apoio público comece a diminuir. O debate parlamentar que precedeu a dissolução foi acirrado, com a oposição criticando a falta de tempo para discutir as políticas de Ishiba.
Cenário eleitoral
A campanha oficial para as eleições começará no dia 15 de outubro. Além de enfrentar a pressão dos escândalos políticos, o governo de Ishiba também tem a missão de convencer o público de que suas políticas são eficazes para direcionar o Japão rumo a um futuro mais estável. A oposição, apesar das críticas, está fragmentada, o que, segundo analistas, pode beneficiar o partido de Ishiba.
Fonte: Kyodo News