O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou neste sábado (5) que pretende conversar por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “nos próximos dias” para tratar da nova rodada de tarifas impostas contra produtos japoneses.
Durante participação em um programa de TV, Ishiba disse que o governo está tentando marcar o encontro o mais rápido possível, mas deixou claro que o Japão não aceitará acordos parciais.
“Não dá para fazer por partes. Tem que ser um pacote completo. Senão, não adianta nada”, afirmou.
Na última quarta-feira (2), Trump anunciou em Washington tarifas pesadas contra produtos de diversos países, incluindo aliados como o Japão. As exportações japonesas foram atingidas com uma tarifa de 24%, número considerado alto e que pode afetar seriamente a economia do país.
O governo japonês esperava que as tarifas fossem menores. Já há uma taxa de 25% sobre carros e autopeças japonesas, imposta anteriormente pelos EUA. A nova medida, no entanto, não atinge esses produtos.
Questionado sobre a possibilidade de o Japão responder com tarifas contra os EUA, Ishiba descartou essa hipótese. “Temos várias opções, mas se cada um começar a retaliar, o que vai acontecer com a economia mundial?”, questionou. “Não tenho intenção de me envolver em retórica de retaliação”, completou.
O primeiro-ministro explicou que tentou resolver a situação por meio de ministros e secretários, mas sem sucesso. Agora, quer falar diretamente com Trump. “Só ele pode decidir”, afirmou.
Na sexta-feira (4), Ishiba disse no Parlamento que a situação representa uma “crise nacional” e prometeu agir com rapidez para apoiar os setores afetados.
Entre as medidas já tomadas estão a liberação de recursos emergenciais, apoio técnico e a criação de um grupo de trabalho no Ministério da Indústria. O governo também abriu mais de mil pontos de atendimento em instituições financeiras e órgãos empresariais para orientar exportadores prejudicados.
Fonte: Japan Times