O governo japonês confirmou que aumentará impostos a partir de abril de 2026 como parte de um plano para fortalecer o orçamento de defesa do país. A decisão, que segue o compromisso assumido pelo ex-primeiro-ministro Fumio Kishida, tem como objetivo dobrar os gastos com defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2027.
De acordo com documentos obtidos, o plano prevê reajustes em três impostos principais: o imposto corporativo, o imposto sobre o tabaco e o imposto de renda. A partir de abril de 2026, haverá uma sobretaxa de 4% no imposto corporativo. O imposto sobre o tabaco também será ajustado gradualmente, começando com o tabaco aquecido, cuja tributação será igualada à dos cigarros tradicionais. Entre 2026 e 2029, haverá mais três aumentos nesse segmento. Já o imposto de renda sofrerá uma sobretaxa de 1% a partir de janeiro de 2027.
Em contrapartida, o impacto sobre o imposto de renda será parcialmente reduzido por uma queda de 1% na alíquota destinada à reconstrução de desastres, segundo informações do governo.
Receita prevista de 1 trilhão de ienes
O governo estima que essas mudanças vão gerar aproximadamente 1 trilhão de ienes no ano fiscal que começa em abril de 2027. Os recursos adicionais serão fundamentais para sustentar o plano de expansão militar, em meio ao crescente debate sobre segurança na região da Ásia-Pacífico.
Para que o plano avance, será necessária a aprovação da coalizão governista e do Partido Democrático para o Povo (DPP), cuja cooperação é considerada crucial para a manutenção da estabilidade política.
Resistência interna e desafios
Embora o aumento dos impostos tenha sido decidido em 2022, a forte oposição de parlamentares retardou a implementação da medida. A decisão reflete as tensões políticas internas em um momento de debates sobre o equilíbrio entre as necessidades fiscais e os impactos econômicos.
O plano segue sob análise e deverá ser debatido no Parlamento nos próximos meses.
Fonte: Nippon