O Ministério da Educação do Japão está desenvolvendo diretrizes para aprimorar o ensino de língua japonesa nas escolas noturnas de ensino fundamental, frequentadas principalmente por estrangeiros. A iniciativa, prevista para o próximo ano fiscal, busca melhorar os métodos de ensino e fornecer suporte mais adequado a esses estudantes.
As escolas noturnas de ensino fundamental atendem pessoas que não completaram a educação obrigatória no Japão. Além de japoneses que não concluíram seus estudos por diversas razões, cerca de 70% dos alunos dessas instituições são estrangeiros, muitos deles interessados em aprender japonês para melhorar sua integração social e oportunidades no país. Ao concluir o curso, os estudantes obtêm diplomas equivalentes ao ensino fundamental.
Hoje, há 53 escolas noturnas espalhadas por 24 das 47 províncias japonesas, incluindo Tóquio. O governo pretende expandir esse modelo para todas as províncias e grandes cidades até 2027.
Entretanto, há desafios. O sistema atual não possui professores especializados em ensinar japonês como segunda língua no ensino fundamental. Por isso, as aulas de japonês para estrangeiros são ministradas por professores de outras disciplinas, como matemática e estudos sociais, além de professores de língua japonesa.
O ministério planeja realizar levantamentos sobre currículos, materiais didáticos e métodos usados nessas escolas. Algumas instituições já colaboram com escolas de língua japonesa locais, onde os estudantes recebem aulas básicas antes de ingressar no ensino fundamental noturno. Essas práticas também serão analisadas como parte do estudo.
Com os dados obtidos, o governo criará orientações para que essas escolas adotem métodos de ensino mais eficazes. A proposta reflete o aumento expressivo da população estrangeira no Japão, que passou de 2,07 milhões em 2013 para 3,41 milhões em 2023 — um crescimento de 60% em dez anos.
Fonte: Japan Times
