As Forças de Autodefesa do Japão (SDF) dispararam um sinalizador de advertência após um avião militar russo violar o espaço aéreo japonês três vezes, na última segunda-feira. O incidente aconteceu nas águas ao norte da Ilha de Rebun, localizada na província de Hokkaido, a mais ao norte do Japão.
De acordo com o Ministério da Defesa, o avião russo, um modelo de patrulha IL-38, invadiu o espaço aéreo japonês três vezes entre 13h e 16h, permanecendo entre 30 segundos e um minuto em cada incursão. Foi a primeira vez que a Força Aérea de Autodefesa (ASDF) disparou um sinalizador de alerta para afastar uma aeronave estrangeira. Caças F-15 e F-35 japoneses foram acionados após a terceira violação, após múltiplos avisos não serem atendidos.
O primeiro-ministro Fumio Kishida instruiu o governo a lidar com a situação de maneira “firme e calma”, mantendo a cooperação próxima com os Estados Unidos e outros aliados. O governo japonês expressou sua “forte indignação” à Rússia, exigindo que incidentes como esse não se repitam.
“A violação do nosso espaço aéreo por uma aeronave militar russa é extremamente lamentável”, afirmou o secretário-chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi. Ele destacou que o Japão tomou medidas firmes para evitar novas infrações e enviou um protesto formal ao governo russo.
Contexto de tensões crescentes
Este incidente ocorre em meio ao aumento das tensões entre o Japão e a Rússia, intensificadas desde a invasão da Ucrânia em 2022. O Japão, alinhado com os Estados Unidos e outros países, impôs sanções econômicas contra Moscou.
Além disso, o Japão também lida com movimentos militares da China. Em agosto, o país confirmou a primeira violação de seu espaço aéreo por uma aeronave de espionagem chinesa na região do Mar da China Oriental, nas proximidades das ilhas de Nagasaki.
Recentemente, o Ministério da Defesa do Japão relatou que oito navios de guerra russos e chineses navegaram em conjunto do Mar do Japão para o Mar de Okhotsk, passando pelo Estreito de Soya, entre Hokkaido e a Ilha de Sacalina, aumentando as preocupações de segurança na região.
Fonte: Kyodo News