19/04/2025 17:03

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Japão e EUA iniciam diálogo sobre tarifas, mas encerram primeira rodada sem avanços

As negociações entre Japão e Estados Unidos sobre tarifas comerciais começaram nesta quarta-feira (16) em Washington. Apesar do clima considerado positivo, nenhuma medida concreta foi anunciada, além do acerto para uma nova rodada de conversas nas próximas semanas.

O negociador-chefe do Japão, Ryosei Akazawa, se reuniu com autoridades americanas como o representante de Comércio Jamieson Greer, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o secretário de Comércio Howard Lutnick. O encontro durou 75 minutos e, segundo o governo japonês, foi direto e construtivo.

Akazawa também teve uma reunião de 50 minutos com o presidente dos EUA, Donald Trump, antes da rodada oficial de negociações. O encontro não estava previsto e pegou o governo japonês de surpresa, o que levou o primeiro-ministro Shigeru Ishiba a reunir autoridades até tarde da noite em Tóquio para definir a estratégia.

O governo japonês demonstrou insatisfação com as tarifas impostas pelos EUA, que afetam setores-chave como o automotivo e o siderúrgico. Atualmente, carros japoneses enfrentam 25% de tarifa, enquanto outros produtos, com poucas exceções, estão sujeitos a uma taxa de 10%. Há expectativa de aumento dessas tarifas em julho, caso não haja progresso.

Durante a reunião, Akazawa reforçou o pedido pela suspensão das tarifas e alertou para os impactos na indústria japonesa. Apesar das pressões, o câmbio não foi tema das conversas, embora o custo da presença militar americana no Japão possa ter sido citado.

Trump publicou nas redes sociais que houve “grande progresso” nas conversas, e presenteou Akazawa com um boné vermelho da campanha presidencial. O negociador japonês agradeceu o gesto, destacando que foi um privilégio ser recebido diretamente pelo presidente.

A posição oficial do Japão segue sendo pela retirada total das tarifas adicionais impostas desde março. O país também busca evitar novas cobranças, como os 24% de tarifas recíprocas que chegaram a entrar em vigor em abril, e a taxação de autopeças prevista para o início de maio.

Tóquio defende que aumentos em investimentos japoneses nos Estados Unidos possam ajudar a amenizar as tensões comerciais. Um possível projeto conjunto na área de energia no Alasca também está sendo avaliado como parte da negociação.

O governo americano exige uma redução visível no superávit comercial japonês, que em 2024 foi de US$ 68 bilhões. Já o Japão busca manter o foco apenas nas tarifas, sem incluir câmbio ou questões de defesa no debate.

O ministro das Finanças, Katsunobu Kato, que normalmente conduz negociações sobre câmbio, também viajará a Washington para participar das reuniões do FMI e do G20.

As bolsas de valores reagiram com leve otimismo. O índice Nikkei subiu 1,35% em Tóquio, enquanto o iene se desvalorizou, ficando na faixa de 142 por dólar. Já em Nova York, o S&P 500 caiu 2,24% e o Nasdaq recuou 3,07%, embora tenham mostrado recuperação nos negócios asiáticos.

As conversas continuam nos próximos dias. 

Fonte: Japan Times

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