Um levantamento recente mostrou que o Japão vive uma séria escassez de profissionais para cuidados em domicílio, afetando diretamente idosos e pessoas com deficiência que dependem desses serviços para viver com dignidade.
A pesquisa foi realizada no mês passado pela Nippon Careservice Craft Union e ouviu mais de mil empresas que prestam serviços de cuidados domiciliares, além de gestores assistenciais de diversas regiões do país.
Segundo os dados, 89,4% das empresas afirmaram que, em algum momento desde abril do ano passado, tiveram que recusar pedidos de atendimento por falta de cuidadores disponíveis. Ou seja, em quase 9 a cada 10 casos, não havia profissionais suficientes para atender à demanda.
A situação financeira dessas empresas também é preocupante: 55,2% relataram queda na receita em 2024. Dentre essas, 73,3% apontaram a falta de mão de obra como o principal motivo da perda de faturamento.
Do lado da gestão, 68,3% dos responsáveis por planos de cuidado disseram que a falta de cuidadores tem dificultado a elaboração dos serviços adequados aos usuários. Isso significa que mesmo quando o atendimento é necessário e urgente, a estrutura para planejar e executar esses cuidados muitas vezes não está disponível.
O sindicato que organizou o levantamento alerta que a situação coloca em risco a continuidade do sistema de seguro de cuidados em domicílio do Japão. O programa, que é considerado essencial para o envelhecimento digno da população, pode ser comprometido se o governo não agir com urgência.
Representantes da categoria pedem que as autoridades implementem medidas concretas para garantir profissionais na área. Entre as soluções sugeridas estão melhores condições de trabalho, valorização salarial e incentivo à formação de novos cuidadores, incluindo a contratação de estrangeiros capacitados.
Fonte: NHK
