O governo japonês anunciou um plano para retirar cerca de 120 mil pessoas das ilhas Sakishima, no extremo sul do país, caso a situação na região de Taiwan se agrave.
A medida foi divulgada nesta quinta-feira (27) e tem como objetivo proteger tanto os moradores quanto os visitantes que estejam nessas ilhas, localizadas em Okinawa, próximas à área de tensão entre China e Taiwan. O plano estabelece que a retirada será feita por navios e aviões civis, com a operação prevista para ser concluída em até seis dias. A ideia é transferir as pessoas inicialmente para a ilha de Kyushu, no sudoeste do Japão, e de lá encaminhá-las para outras regiões mais seguras do país.
Segundo o governo, o plano já define pontos de embarque e desembarque, rotas de transporte e a logística necessária para garantir alimentação e abrigo aos evacuados. A previsão é que, a partir de abril de 2025, já com o início do ano fiscal de 2026, sejam realizados exercícios práticos de evacuação em Okinawa, com o envolvimento de autoridades locais, forças de segurança e moradores da região. Embora o plano não mencione diretamente uma guerra ou ataque militar, o governo deixou claro que ele se baseia em um cenário onde haja risco de conflito armado ou necessidade urgente de proteger a população civil.
As ilhas envolvidas na operação estão estrategicamente localizadas, algumas delas a menos de 100 quilômetros de Taiwan. A proximidade geográfica e o aumento das tensões entre China e Taiwan colocam o Japão em alerta, principalmente por sua aliança com os Estados Unidos. O governo japonês já vinha demonstrando preocupação com a possibilidade de um confronto militar na região afetar diretamente o território japonês, especialmente áreas mais vulneráveis como Okinawa e seus arredores.
O plano de evacuação faz parte de um conjunto de medidas previstas na Estratégia de Segurança Nacional, atualizada em 2022, que prevê ações antecipadas para proteger civis em regiões de risco. Com isso, o Japão tenta se antecipar a possíveis crises, garantindo que a população das ilhas mais próximas a Taiwan possa ser retirada de forma segura, rápida e organizada em caso de necessidade.
Fonte: Kyodo
