Em 2023, o Japão registrou uma queda histórica na taxa de fertilidade, com uma estimativa de 1,21 filhos por mulher ao longo da vida, segundo o economista Takuya Hoshino, do Dai-ichi Life Research Institute. Este é o nível mais baixo já registrado no país, ultrapassando o recorde anterior de 1,26.
Impacto da pandemia
A pandemia de COVID-19 teve um papel fundamental na diminuição dos nascimentos. Durante a crise sanitária, houve uma redução no número de casamentos, caindo 12% em 2020 e 5% em 2021. Esses anos de incerteza e mudança nos valores sociais levaram muitos casais a adiar planos de casamento e, consequentemente, de formar famílias.
Consequências demográficas
Os nascimentos de cidadãos japoneses caíram 5% em 2023, totalizando 731.139, o menor número já registrado. As estimativas de Hoshino são baseadas em análises de taxas de fertilidade e a distribuição etária das mulheres no país. Esses dados indicam que a população japonesa está envelhecendo rapidamente e que a força de trabalho futura será significativamente menor.
Comparação internacional
O Japão não está sozinho nessa tendência. Diversos países desenvolvidos enfrentam desafios semelhantes. A Coreia do Sul, por exemplo, registrou uma taxa de fertilidade de apenas 0,72 em 2023, enquanto a França e os Estados Unidos apresentaram taxas de 1,68 e 1,62, respectivamente. A média entre os países da OCDE foi de 1,58 em 2021.
Medidas em discussão
O governo japonês está ciente do problema e discute medidas para incentivar os casamentos e aumentar a taxa de natalidade. Entre as propostas estão políticas de apoio financeiro às famílias, melhores condições de trabalho para pais e mães, e incentivos para que as empresas criem ambientes mais amigáveis para os funcionários com filhos.
Apesar dos esforços, a tendência de declínio parece continuar. Nos primeiros três meses de 2024, o número de nascimentos no Japão, incluindo os de estrangeiros, caiu 6,4% em relação ao ano anterior, totalizando 170.804. Durante esse período, as mortes superaram os nascimentos em 270.566, ressaltando o desafio demográfico que o país enfrenta.
Fonte: Nippon