O Japão teve o segundo setembro mais quente já registrado, com temperaturas médias 2,52 graus acima do normal, conforme informou a Agência Meteorológica do Japão em 1º de outubro. Este número só perde para setembro do ano passado, que continua sendo o mais quente desde que os registros começaram, em 1898, com uma média de 2,66 graus acima do esperado.
As regiões do leste e oeste do Japão, além da área de Okinawa-Amami, também registraram seus setembros mais quentes da história, com temperaturas médias 3,2, 3,4 e 1,1 graus acima do normal, respectivamente.
Este ano, um número recorde de 1.452 localidades em todo o país registraram “calor extremo” em setembro, o que significa que as temperaturas atingiram 35 graus ou mais. Este número ultrapassa o recorde anterior de 1.093 localidades em 2010.
Além disso, no dia 20 de setembro, foram registrados dias de calor extremo em 28 localidades, incluindo Atami, na província de Shizuoka, e Iizuka, em Fukuoka. No dia seguinte, as temperaturas superaram os 35 graus em Owase, província de Mie.
Ao todo, 45 dos 153 pontos de observação no país quebraram o recorde da data mais tardia para registro de temperaturas extremamente altas.
Segundo Hisashi Nakamura, professor da Universidade de Tóquio e especialista em mudanças climáticas, o prolongamento do sistema de alta pressão do Pacífico, combinado com o deslocamento para o norte dos ventos de oeste, cobriu o Japão com uma área de alta pressão, resultando em céus claros e temperaturas elevadas.
As temperaturas da superfície do mar também estão mais altas, o que contribuiu para a formação de bandas de chuva linear e para as recentes chuvas devastadoras na Península de Noto. “O calor afeta diretamente a quantidade de chuva”, alertou Nakamura, destacando que áreas como Hokuriku e Tohoku, onde tradicionalmente a chuva não é tão intensa, podem enfrentar chuvas pesadas, como ocorre nas regiões de Kyushu e Shikoku.
Apesar da expectativa de que o calor diminuiria após o equinócio, há previsão de dias quentes em outubro, com temperaturas acima de 30 graus, o que aumenta os riscos de insolação. Nakamura ainda ressaltou que é cedo para concluir se esse calor prolongado no outono será o “novo normal”. No entanto, ele alerta que, com o aquecimento global, a tendência de aumento das temperaturas continuará, e a sociedade precisa se adaptar, ajustando eventos esportivos e atividades agrícolas para lidar com essas mudanças climáticas.
Fonte: Asahi