Após a pandemia de COVID-19, muitos jovens no Japão enfrentaram um aumento nos casos de distúrbios alimentares, uma consequência indireta do estresse prolongado e isolamento social. Entre eles está uma jovem de 20 anos da região de Tokai, cuja experiência com a anorexia a levou a buscar uma forma de ajudar outros que enfrentam desafios semelhantes através das redes sociais.
Durante a pandemia, a jovem desenvolveu anorexia, uma condição marcada pela restrição severa da ingestão de alimentos e um medo intenso de ganhar peso. Em seu pior momento, seu peso caiu para quase a metade, atingindo apenas 31 quilos. Com a ajuda de sua família, ela começou um lento processo de recuperação, aprendendo a incorporar alimentos saudáveis em sua dieta e eventualmente retomando um peso mais saudável.
Hoje, ela utiliza sua experiência para oferecer suporte e encorajamento a outros jovens através de postagens nas redes sociais. Mostrando suas refeições e compartilhando conselhos, ela enfatiza que o valor de uma pessoa não está em sua aparência física. “Eu tinha medo de comer carboidratos, mas agora vejo o arroz como um remédio”, compartilha ela em suas postagens, tentando desmistificar os alimentos frequentemente temidos por quem sofre de transtornos alimentares.
Apesar de seus avanços, a jovem admite que a batalha contra a anorexia não terminou completamente. “Ainda há dias em que a comida é um desafio”, diz ela, destacando a realidade de que a recuperação de distúrbios alimentares é frequentemente um processo prolongado e não linear.
Os especialistas alertam que o número de jovens diagnosticados com distúrbios alimentares aumentou durante a pandemia, com 276 casos de anorexia registrados em menores de 20 anos apenas no último ano fiscal. Tatsuya Koeda, pesquisador sênior do Centro Nacional de Saúde e Desenvolvimento Infantil, observa que as medidas restritivas nas escolas, como comer em silêncio e a ênfase excessiva em higiene, podem ter contribuído para esse aumento.
Por meio de sua plataforma nas redes sociais, a jovem de Tokai espera oferecer um farol de esperança e um recurso útil para aqueles que ainda estão lutando. “Há muito mais em você do que o formato do seu corpo”, ela reitera em suas mensagens, incentivando outros a buscar ajuda e conversar sobre seus problemas, quebrando o estigma e o silêncio que muitas vezes cercam os distúrbios alimentares.
Fonte: Japan Times