A JR East, uma das maiores operadoras ferroviárias do Japão, anunciou que submeteu ao governo uma solicitação para reajustar suas tarifas em média 7,1%, com previsão de entrada em vigor em março de 2026. A medida, segundo a empresa, é necessária para lidar com o aumento dos custos operacionais, renovar equipamentos envelhecidos e reforçar a segurança das operações. Esse será o primeiro aumento completo de tarifas desde a privatização das Ferrovias Nacionais do Japão em 1987, exceto os ajustes relacionados à elevação da taxa de consumo.
O plano prevê um aumento de 7,8% nas tarifas padrão, enquanto os passes para trabalhadores terão alta de 12%, e os passes para estudantes sofrerão um reajuste menor, de 4,9%. A tarifa básica da Linha Yamanote, no coração de Tóquio, passará de ¥150 para ¥160. A JR East estima que o reajuste gerará uma receita extra de ¥88,1 bilhões anuais, que serão investidos principalmente na substituição de trens antigos e em melhorias estruturais. A empresa também destacou a necessidade de aumentar os salários para combater a falta de mão de obra em um país com uma população cada vez mais envelhecida.
O vice-presidente executivo da JR East, Chiharu Watari, afirmou em coletiva de imprensa que o aumento é indispensável para manter a segurança e a qualidade das operações ferroviárias. Ele reconheceu que o reajuste pode ser um desafio para os passageiros, mas pediu compreensão, enfatizando a importância dos investimentos para garantir serviços confiáveis.
Outras operadoras ferroviárias japonesas também têm enfrentado dificuldades financeiras semelhantes. A JR Hokkaido já anunciou um reajuste de 7,6% em suas tarifas para abril de 2025, enquanto a JR Kyushu planeja aumentos ainda mais expressivos, com alta média de 15%. Apesar da recuperação no número de passageiros após o período mais crítico da pandemia de COVID-19, as empresas continuam a enfrentar um declínio no uso de passes para trabalhadores, reflexo de mudanças nos hábitos de trabalho, como o aumento do home office. Além disso, as rotas regionais deficitárias seguem pressionando as contas das operadoras.
Fonte: Japan Times