As escolas públicas de ensino médio em Kobe não terão mais atividades extracurriculares, como clubes esportivos ou culturais, a partir de 2026. A decisão, anunciada pelo conselho municipal de educação, será implementada gradualmente a partir do próximo ano letivo, que começa na primavera.
Dois fatores foram citados como justificativa para a medida. O primeiro é a dificuldade em manter essas atividades devido à baixa taxa de natalidade no país, que tem reduzido o número de alunos nas escolas, dificultando a formação de times completos ou grupos suficientemente grandes para justificar o uso de instalações escolares. O segundo fator é a sobrecarga dos professores, que já enfrentam longas jornadas de trabalho e precisam dedicar tempo adicional aos clubes, inclusive nos finais de semana.
Alternativa para os estudantes
Para garantir que os estudantes ainda tenham acesso a atividades extracurriculares, o município implementará o programa Kobe Katsu, que permitirá que organizações locais utilizem as instalações escolares para oferecer atividades esportivas e culturais. Essas organizações, que não estão ligadas diretamente às escolas, oferecerão uma alternativa para os alunos participarem de programas em horários mais flexíveis e em grupos mais diversificados.
O novo modelo pode trazer benefícios como maior variedade de opções e a possibilidade de estudantes se juntarem a atividades que atendam a interesses específicos, mesmo que não houvesse demanda suficiente em sua escola para formar um clube. Também pode reduzir a estigmatização dos alunos que optam por não participar de clubes escolares, já que haverá um aumento no número de jovens deixando as escolas no fim do dia para atividades fora do ambiente acadêmico.
Desafios do novo sistema
No entanto, ainda há dúvidas sobre como será o impacto financeiro para as famílias, caso as organizações que ofereçam essas atividades não sejam públicas ou sem fins lucrativos.
Segundo o chefe do conselho municipal de educação, Yasunori Fukamoto, o objetivo é permitir que os estudantes façam escolhas que correspondam às suas necessidades individuais. Ele destacou que a mudança busca equilibrar o bem-estar dos professores com a criação de novas oportunidades para os alunos.
Fonte: TBS