Um ex-motorista de ônibus da cidade de Quioto perdeu o direito a uma bonificação de aposentadoria no valor de 12 milhões de ienes após ser flagrado desviando uma passagem de apenas 1.000 ienes. O caso, que começou em 2022, chegou ao Supremo Tribunal do Japão, que decidiu manter a punição aplicada pela prefeitura.
O episódio ocorreu durante um turno comum de trabalho. Segundo a prefeitura de Quioto, o motorista, de 58 anos, recebeu uma nota de 1.000 ienes de um passageiro e, ao invés de colocá-la na caixa de coleta, guardou o dinheiro no bolso. A irregularidade foi descoberta durante uma verificação de rotina nas imagens da câmera do ônibus.
Como consequência, o funcionário foi demitido por justa causa e teve o pagamento da aposentadoria (taishokukin) cancelado. Esse valor é um benefício pago ao final do vínculo empregatício, acumulado ao longo dos anos de serviço público.
Inconformado, o ex-motorista recorreu à Justiça. Em 2023, o Tribunal Distrital de Quioto manteve a punição. No entanto, em 2024, o Tribunal Superior de Osaka reverteu a decisão e determinou que o motorista tinha direito ao benefício, já que o valor desviado era pequeno e já havia sido devolvido.
A prefeitura, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal, que decidiu por unanimidade restabelecer a punição. Os juízes entenderam que, mesmo se tratando de uma quantia baixa, houve uma “grave violação” e que o ato “abalou a confiança da população no serviço de transporte público”.
Com isso, o ex-funcionário não receberá os 12 milhões de ienes e ainda deve arcar com os custos judiciais de um processo que durou três anos.
A decisão gerou reações diversas nas redes sociais no Japão. Alguns acharam a punição correta, destacando que “roubo é roubo, independentemente do valor”. Outros questionaram se a situação não revela problemas maiores, como as condições de trabalho dos motoristas.
Fonte: Yahoo Japan