Nos últimos anos, o Japão tem registrado um aumento no número de chamadas de emergência que não são realmente emergenciais. Casos como pessoas reclamando de insetos no ouvido, perguntando como ligar um fogão ou reclamando de vizinhos barulhentos têm sobrecarregado os serviços de emergência.
Diante dessa situação, municípios japoneses estão adotando medidas mais rígidas para combater o uso indevido de ambulâncias. A partir de dezembro, a Prefeitura de Ibaraki será a primeira a impor uma taxa para pacientes não emergenciais transportados por ambulâncias. Se a condição do paciente for considerada não urgente, ele será cobrado ¥ 7.700 ou mais ao chegar em um dos 23 grandes hospitais da região.
“O uso de ambulâncias como táxis gratuitos é uma preocupação”, afirmou o governador de Ibaraki, Kazuhiko Oigawa, em coletiva de imprensa. Dados da prefeitura indicam que mais de 60% dos transportes de emergência vão para grandes hospitais, sendo cerca de metade desses casos considerados leves ou não urgentes. Essa prática sobrecarrega os serviços de emergência e prejudica quem realmente precisa de atendimento urgente.
A cidade de Matsusaka, na província de Mie, já implementou uma medida semelhante em junho. Desde então, o número de chamadas de ambulância e pacientes transportados diminuiu significativamente. Em junho, houve uma queda de 289 chamados em relação ao mesmo mês do ano anterior, e em julho, uma redução de 331 chamados.
Outros municípios estão incentivando a população a ligar para o número #7119 antes de acionar o serviço de emergência, permitindo uma avaliação prévia por profissionais de saúde para determinar a necessidade de uma ambulância.
O Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão relatou que, em 2023, o número de chamadas de emergência atingiu um recorde de 7,63 milhões, um aumento de 5,6% em relação ao ano anterior. Mais da metade das chamadas foram consideradas não urgentes.
Fonte: Mainichi
