Com a chegada da primavera, o Japão se prepara para um dos períodos mais simbólicos do ano: a floração das cerejeiras, que transforma paisagens urbanas e naturais em verdadeiros cartões-postais. No entanto, junto com a beleza da sakura, vêm também as multidões. Parques famosos e castelos históricos costumam lotar de turistas e moradores locais que participam do tradicional hanami – o costume de apreciar as flores, geralmente com piqueniques e bebidas.
Para quem deseja fugir da aglomeração e curtir esse momento em paz, a região de Kansai guarda lugares menos conhecidos que oferecem um ambiente mais calmo e igualmente belo para apreciar a florada. São áreas fora do roteiro turístico tradicional, que mantêm o clima sereno típico da estação.
Em Kobe, por exemplo, o Sumaura Park é uma alternativa ao agito das praias da região. Localizado próximo à estação Sumaurakoen, o parque é cercado por cerejeiras e oferece uma vista panorâmica da costa, acessível por um pequeno teleférico. Além das flores, o espaço conta com fonte, jardim de ameixeiras e roseiras, ideais para um momento de descanso ao ar livre.
Na parte noroeste da província de Hyogo, a cidade de Ono reserva uma das experiências mais singulares desta lista. Às margens do rio Kakogawa, o chamado “Ono Sakura Corridor” reúne mais de 600 cerejeiras plantadas de forma alternada, criando um efeito visual único conforme florescem. O acesso é mais demorado — cerca de 75 minutos saindo de Kobe —, mas o cenário compensa o esforço, especialmente por manter-se florido até o fim de abril, quando a temporada já começa a terminar em outras regiões.
Quem está em Osaka e quer evitar o movimento intenso do Castelo de Osaka pode seguir para Kishiwada, onde está localizado um castelo histórico muitas vezes ignorado pelos turistas. Com cerca de 170 cerejeiras, o local oferece amplas áreas verdes e uma atmosfera bem mais tranquila para quem busca um hanami sem pressa e sem tumulto.
Já em Shiga, dois locais merecem destaque. O templo Mii Dera, também conhecido como Templo da Fênix, combina espiritualidade e natureza às margens do Lago Biwa. O espaço, que já foi reconstruído diversas vezes após incêndios, é um dos templos mais importantes da região e conta com jardins bem cuidados e vistas para o lago. Durante o período de 25 de março a 13 de abril, o templo fica aberto até às 21h, com uma iluminação especial à noite. O acesso é pago e deve ser reservado antecipadamente, com valor de ¥3.000 por grupo de até seis pessoas.
Ainda em Shiga, as ruínas do Castelo de Azuchi revelam um cenário histórico tomado pela natureza. Construído por Oda Nobunaga em 1576, o castelo foi um dos mais importantes do período Sengoku. Hoje, suas muralhas de pedra sobrevivem ao tempo, cobertas por cerejeiras que florescem livremente entre os caminhos de pedra. O local, além de tranquilo, oferece uma das vistas mais amplas do Lago Biwa e da paisagem rural da região.
Fonte: Gajing