Pela primeira vez, um navio da Força Marítima de Autodefesa do Japão atravessou o Estreito de Taiwan. A ação, que ocorreu na última quarta-feira (25), foi acompanhada por navios da Austrália e da Nova Zelândia e faz parte de um exercício militar no Mar do Sul da China, uma área marcada por crescente tensão militar devido à presença de forças chinesas.
A passagem do destróier Sazanami pelo estreito foi uma resposta direta à recente incursão de um porta-aviões chinês entre duas ilhas japonesas, o que gerou preocupação em Tóquio. O primeiro-ministro Fumio Kishida teria ordenado a travessia para demonstrar que o Japão não aceitará passivamente as movimentações militares da China perto de suas fronteiras.
Pequim, por sua vez, reagiu rapidamente, expressando seu descontentamento com o que considerou uma provocação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, criticou a ação e pediu que o Japão seja cauteloso em suas ações, a fim de evitar prejudicar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. A China reivindica a soberania sobre o estreito e considera Taiwan uma província rebelde, embora a ilha seja governada de forma independente desde 1949.
Nos últimos meses, a tensão entre China e Taiwan aumentou, com frequentes incursões de aviões militares chineses na área e um crescimento da presença militar na região. Estados Unidos e aliados, como o Reino Unido e a Alemanha, também têm realizado operações de travessia no estreito para reforçar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o que irrita o governo chinês.
O Japão tem expressado preocupação com o aumento das atividades militares chinesas no Indo-Pacífico e considera a passagem do Sazanami uma maneira de reafirmar sua posição de vigilância e compromisso com a segurança regional. O chefe do Estado-Maior da Defesa do país, Yoshihide Yoshida, destacou que o governo japonês continuará monitorando as movimentações militares chinesas e agindo para proteger sua soberania e estabilidade na região.
Fonte: Kyodo News