A polícia do Japão investigou 1.341 casos de perseguição (stalking) em 2024, o maior número desde que a prática passou a ser crime no país, em 2000. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5) pela Agência Nacional de Polícia.
O número representa um aumento de 260 casos em relação ao ano anterior. A alta ocorre em meio a uma recomendação do governo para que a polícia de cada província atue de forma mais integrada com as delegacias locais, buscando respostas mais rápidas e eficazes às denúncias.
A intensificação no combate ao crime veio após um caso que chocou o país em maio. Asahi Okazaki, de 20 anos, foi encontrada morta após relatar abusos por parte do ex-namorado. O homem foi preso e é suspeito de envolvimento no assassinato.
Além das investigações, a polícia emitiu um número recorde de 2.415 ordens de restrição em 2024, 452 a mais que em 2023. Já as consultas recebidas sobre perseguição somaram 19.567, uma leve queda de 276 em relação ao ano anterior, mas mantendo a média de cerca de 20 mil registros por ano.
Das investigações feitas com base na lei contra o stalking, 1.108 envolviam perseguições físicas ou tentativas de contato direto com a vítima. As outras 233 referem-se a descumprimento de medidas protetivas.
Pela legislação japonesa, quem pratica perseguição de forma contínua pode pegar até 1 ano de prisão ou pagar multa de até 1 milhão de ienes. Em casos de violação de advertência da polícia ou ordem judicial, a pena pode chegar a 2 anos de prisão ou multa de até 2 milhões de ienes.
Outros 1.743 crimes relacionados a perseguição também foram investigados sob diferentes leis, como o Código Penal. Entre eles estão 378 invasões de domicílio, 187 ameaças e 122 agressões. Também foram registrados 63 casos de estupro e 11 de tentativa de homicídio ligados a perseguição.
Em 2024, a polícia atualizou a forma de contabilizar os dados para incluir todos os casos relevantes, mesmo quando a denúncia tenha ocorrido em anos anteriores. Antes, só entravam na conta os casos registrados e investigados no mesmo ano.
Fonte: Kyodo News