23/11/2024 04:02

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Pesquisa revela que 68% dos estudantes multirraciais no Japão enfrentam bullying

Uma pesquisa recente revelou que 68% dos estudantes multirraciais no Japão enfrentam bullying ou discriminação. O estudo, conduzido por Lawrence Yoshitaka Shimoji, acadêmico visitante da Universidade da Califórnia, e outros pesquisadores, entrevistou 448 jovens no país.

Mio, uma aluna de segundo ano do ensino fundamental na província de Kanagawa, foi uma das vítimas desse comportamento. Certo dia, ela disse ao pai,Kinota Braithwaite, que não queria ir mais à escola, pois estava sofrendo provocações devido a sua pele mais escura.

Seu pai, Kinota Braithwaite, que é professor canadense, entrou em contato com a escola e foi autorizado a visitar a sala de aula de sua filha para falar sobre respeito às diferenças. Durante sua visita, ele compartilhou a história dos negros no Canadá, sensibilizando os alunos sobre racismo e diversidade. Ao final da aula, o aluno que provocou Mio pediu desculpas.

Apesar de ter resolvido a situação pontual, Braithwaite percebeu que a questão era maior do que o caso de sua filha. Em 2021, ele publicou o livro infantil Mio the Beautiful, inspirado nas vivências de Mio, com a mensagem de que “todos somos diferentes e todos somos bonitos”. Desde então, ele percorre o Japão com palestras e leituras em escolas, buscando conscientizar alunos e professores sobre a importância de combater o bullying e valorizar as diferenças.

Falta de preparo nas escolas

A pesquisa de Shimoji também revelou que muitos professores não estão preparados para lidar com questões de diversidade. Ayano Yamada, professora da Universidade Ritsumeikan, destacou que embora os livros didáticos incluam representações de crianças de diferentes etnias, isso é feito de forma superficial. “Faltam orientações claras para ensinar os alunos a respeitar essas diferenças. Os professores, muitas vezes, não sabem como abordar o tema”, disse Yamada.

Em uma creche na área metropolitana de Tóquio, onde há grande presença de crianças estrangeiras, o diretor explicou que até os cinco anos, as crianças tendem a aceitar as diferenças de maneira mais natural. No entanto, a partir dessa idade, elas começam a perceber essas distinções com mais criticidade. “É nessa fase que precisamos ensinar respeito e empatia, mas muitos professores nunca receberam treinamento sobre como abordar essas questões”, completou.

Embora o Ministério da Educação do Japão tenha introduzido diretrizes que incentivam os alunos a interagir com pessoas de diferentes origens, a menção de crianças multirraciais ou estrangeiras ainda é escassa nos materiais didáticos.

Ayano Yamada, professor da Universidade Ritsumeikan, observou que os livros didáticos costumam incluir ilustrações de crianças de diversas etnias, mas muitas vezes de forma estereotipada, o que pode causar mais confusão. “Depende da consciência e habilidade dos professores para transmitir a mensagem correta sobre essas ilustrações”, afirmou Yamada.

Fonte: Mainichi

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