Pesquisadores de Kyoto anunciaram uma nova tecnologia que pode revolucionar o diagnóstico precoce do câncer de pâncreas. A equipe, formada por membros da Universidade de Kyoto e da empresa de equipamentos médicos Arkray Inc., utilizou inteligência artificial (IA) para criar um modelo altamente preciso capaz de identificar sinais iniciais desse tipo de câncer, conhecido por ser fatal devido à dificuldade de detecção nos estágios iniciais.
O câncer de pâncreas é um dos mais letais, e a ausência de sintomas nos estágios iniciais faz com que cerca de metade dos pacientes sejam diagnosticados apenas no estágio 4, quando o tratamento se torna extremamente difícil. Estima-se que, anualmente, cerca de 44.000 pessoas no Japão sejam diagnosticadas com essa doença, de acordo com dados de 2020 do National Cancer Center Japan.
A equipe de Kyoto desenvolveu um modelo de detecção combinando fragmentos de RNA (microRNAs) presentes no sangue com marcadores tumorais tradicionais. Esses dados foram processados por um sistema de machine learning, resultando em um diagnóstico mais preciso. Em testes, o novo método conseguiu detectar 83% dos casos de câncer de pâncreas no estágio 1, um avanço significativo em relação ao marcador tumoral convencional, que detectava apenas 29% dos casos nesse estágio.
O professor Akihisa Fukuda, gastroenterologista da Universidade de Kyoto, destacou que o método permite identificar o câncer de pâncreas sem causar danos significativos ao corpo, o que pode aumentar drasticamente as chances de sobrevivência quando o tumor é detectado nos estágios iniciais.
Os próximos passos da equipe incluem testar o método em uma escala maior e buscar a aprovação do governo para uso clínico.
Fonte: Asahi
