O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão registrou um crescimento de 3,1% anualizado no segundo trimestre de 2024, segundo dados preliminares divulgados pelo Gabinete do Governo. Este aumento, que superou as expectativas dos analistas, reflete a recuperação da economia após uma contração de 2,3% no primeiro trimestre do ano. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento no consumo de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.
O consumo privado, que é o maior componente do PIB, cresceu 1% no período de abril a junho, marcando a primeira alta em cinco trimestres. O destaque ficou para o aumento de 8,1% nas compras de carros, eletrodomésticos e outros bens duráveis. Este crescimento no consumo foi favorecido por uma redução de impostos implementada em junho, que deu um fôlego extra ao bolso dos consumidores.
Política monetária
O Banco do Japão (BOJ) já havia sinalizado confiança na recuperação econômica ao elevar a taxa de juros para 0,25% no final de julho e reduzir suas compras de títulos do governo. No entanto, o cenário ainda apresenta desafios. Embora os salários reais tenham subido em junho pela primeira vez desde março de 2022, essa alta foi em grande parte impulsionada por bônus, enquanto os salários regulares caíram.
A inflação também permanece acima da meta de 2% estabelecida pelo BOJ, com o índice de preços ao consumidor, excluindo alimentos frescos, subindo 2,6% em junho. Alguns economistas alertam que, embora os dados recentes sejam positivos, o Japão ainda enfrenta incertezas, especialmente devido ao envelhecimento da população, que pode limitar o impacto positivo dos aumentos salariais e do consumo.
Hideo Kumano, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute, destacou que os idosos, que compõem uma grande parte da população japonesa, são particularmente vulneráveis à inflação, já que eles não se beneficiam diretamente dos aumentos salariais. Além disso, a recente volatilidade no mercado de ações japonês pode ser um sinal de alerta para possíveis desafios à frente.
Apesar dos desafios, analistas esperam que o consumo continue a crescer no próximo trimestre, impulsionado por medidas fiscais e uma recuperação gradual da economia global. No entanto, a sustentabilidade desse crescimento dependerá de uma série de fatores, incluindo o desempenho da economia dos EUA e a estabilidade dos mercados financeiros internacionais.
Fonte: Nikkei
