07/05/2025 16:04

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Por que o arroz continua caro no Japão, mesmo com a liberação de estoques?

Mesmo após a liberação de estoques emergenciais por parte do governo, o preço do arroz no Japão segue em alta. Na semana de 14 de abril, o valor médio de um pacote de 5 quilos chegou a ¥4.220, o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. Foi a 16ª semana seguida de aumento, segundo dados do setor.

A medida do governo começou em março, quando o Ministério da Agricultura decidiu liberar parte do arroz armazenado em reserva nacional. A ideia era ampliar a oferta e, com isso, reduzir os preços. No entanto, até agora, essa ação não se refletiu nas gôndolas dos supermercados.

De acordo com o pesquisador Masayuki Ogawa, da Universidade de Utsunomiya,  em conversa com o jornal The Japan Times, as causas da alta começaram ainda em 2023, quando o país teve uma safra fraca. Paralelamente, a retomada do turismo e o crescimento do consumo fora de casa, após o fim da pandemia, aumentaram a demanda pelo alimento. Como o arroz é cultivado apenas uma vez por ano no Japão, o impacto da escassez se estende por meses.

A distribuição do arroz também interfere no resultado da medida. Cerca de 90% do volume liberado foi arrematado pela Zen-Noh, federação que representa cooperativas agrícolas. Em abril, a entidade recebeu 200 mil toneladas de arroz, mas apenas 55 mil foram entregues aos atacadistas até agora. O restante segue em fase de distribuição, o que ajuda a explicar por que os preços não cederam.

Enquanto isso, o Ministério da Agricultura manteve declarações otimistas, indicando que o arroz estaria disponível em breve. Porém, nenhuma previsão foi divulgada oficialmente pela Zen-Noh, o que gerou incerteza entre consumidores e comerciantes.

Segundo Ogawa, a liberação do estoque foi pensada, inicialmente, como uma solução para problemas logísticos. Mas, com a pressão política e a proximidade das eleições para a Câmara Alta, a medida passou a ser tratada como forma de controle de preços — o que mudou a percepção pública sobre sua finalidade.

Outro ponto é que nem todo o arroz liberado será destinado ao comércio. Parte será usada em escolas, hospitais e presídios, o que significa que uma fração significativa não irá para as prateleiras.

Agora, a atenção se volta para o período pós–Golden Week, tradicional feriado nacional. Segundo especialistas, se o arroz não aparecer em maior volume nos mercados nas próximas semanas, isso pode indicar que os estoques disponíveis para o varejo ainda são insuficientes.

Até lá, os consumidores seguem enfrentando o impacto no bolso ao comprar um dos alimentos mais consumidos no país.

Fonte: Japan Times

 

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