O prefeito de Futaba, Shiro Izawa, sugeriu no dia 24 de fevereiro a reutilização do solo contaminado pelo desastre nuclear da Usina de Fukushima No. 1 em projetos de infraestrutura dentro do próprio município.
A proposta pode enfrentar forte resistência, uma vez que planos anteriores para reutilizar esse solo na região metropolitana de Tóquio geraram protestos. O próprio Izawa reconheceu a dificuldade em obter apoio para a ideia, afirmando que nem mesmo os moradores de Fukushima foram convencidos até o momento.
Após o acidente nuclear de 2011, a camada superficial do solo foi removida de diversas áreas da província como parte do processo de descontaminação. O material coletado foi armazenado temporariamente em uma instalação que abrange Futaba e Okuma, os dois municípios que hospedam a usina nuclear. O volume total do solo armazenado equivale a 11 vezes o espaço do Tokyo Dome, chegando a cerca de 14 milhões de metros cúbicos.
Uma legislação estabeleceu que esse solo deve ser descartado fora da província até 2045. O governo central planeja reutilizar a parcela menos contaminada do solo, considerada segura, para aterros de estradas e outras construções, reduzindo a quantidade que precisará de descarte final para menos de um quarto do volume atual.
Projetos-piloto foram planejados em Fukushima, no Jardim Nacional Shinjuku Gyoen, em Tóquio, e em Tokorozawa, na província de Saitama. No entanto, essas iniciativas enfrentam forte oposição de moradores preocupados com a possível disseminação de materiais radioativos em suas comunidades.
A sugestão de Izawa surgiu durante uma reunião sobre a reconstrução da província, que contou com a presença de quatro ministros do governo. Ele ressaltou que a ideia ainda é uma opinião pessoal e que será discutida com os moradores e a assembleia municipal caso a necessidade de uso do solo para infraestrutura em Futaba se concretize.
O prefeito informou que já compartilhou a proposta com o ministro do Meio Ambiente, Keiichiro Asao, e o governador de Fukushima, Masao Uchibori. Ele destacou ainda que a questão do solo contaminado está se tornando crítica, uma vez que não houve avanços na negociação com os moradores da região metropolitana de Tóquio, que foram consumidores da energia gerada pelas usinas nucleares de Fukushima.
Fonte: Asahi
