Algumas provas do exame de proficiência em língua japonesa (JLPT), realizadas em dezembro de 2024, foram consideradas sem possibilidade de correção após a suspeita de vazamento de respostas pela internet. A informação foi confirmada por uma fonte do Ministério das Relações Exteriores do Japão.
Segundo a Fundação Japão, responsável pelo exame fora do país, foi identificada uma concentração “extremamente anormal” de respostas idênticas, o que levantou suspeitas. No entanto, a entidade não reconheceu oficialmente como fraude nem divulgou o número de candidatos afetados.
O exame de proficiência em japonês possui cinco níveis e é aplicado até duas vezes por ano no Japão e em diversos países. Em 2023, bateu recorde de participação com 1,26 milhão de candidatos. Os níveis mais altos, como o N2 e o N1, são exigidos por universidades e empresas para aceitar estrangeiros.
A suspeita é de que o vazamento tenha ocorrido nas redes sociais após a aplicação do teste na China, que ocorreu antes da aplicação em outros países, incluindo o Japão. Apesar de reconhecer essa possibilidade, a Fundação Japão declarou que não há como provar uma relação direta entre o vazamento e as respostas copiadas.
O problema afetou principalmente o nível N2, um dos mais exigidos por instituições acadêmicas e empregadores. No total, mais de 230 mil pessoas realizaram o exame desse nível em 1º de dezembro de 2024.
Por conta do incidente, a fundação informou ao governo japonês que não haverá uma nova aplicação da prova, o que gerou críticas. Apesar disso, os candidatos afetados terão os valores pagos reembolsados.
A associação que organiza o exame dentro do Japão, chamada Japan Educational Exchanges and Services, enviou comunicados às escolas de idiomas informando quais estudantes tiveram as provas invalidadas. Em uma escola do oeste do Japão, 2 de 140 alunos foram informados que suas provas não seriam corrigidas.
Um professor da escola afirmou que os candidatos foram prejudicados por falhas na organização do exame. “A responsabilidade não pode ser jogada para cima dos alunos, que estão na posição mais vulnerável”, declarou. Ele defendeu que os estudantes tenham direito a refazer o exame.
Fonte: Mainichi
