Uma pesquisa recente mostrou que cerca de 45% dos trabalhadores em tempo integral no Japão estão adotando o chamado “quiet quitting”,prática em que o funcionário realiza apenas o que é exigido, sem se esforçar além das funções básicas. A pesquisa foi feita pela empresa de recrutamento Mynavi e ouviu 3.000 pessoas entre 20 e 59 anos.
O estudo revelou que o comportamento é mais comum entre os jovens: 46,7% dos trabalhadores na faixa dos 20 anos afirmaram se identificar com o “quiet quitting”. Segundo os pesquisadores, isso reflete uma geração que prioriza mais o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, do que o avanço na carreira.
“Estamos vendo que o ‘quiet quitting’ está se tornando o novo padrão”, disse Akari Asahina, pesquisadora do laboratório de carreiras da Mynavi. Para ela, as empresas precisam entender que os valores dos funcionários mudaram e oferecer estilos de trabalho mais flexíveis.
Ainda de acordo com a pesquisa, 60% dos trabalhadores que praticam o “quiet quitting” se dizem satisfeitos com a forma como estão usando seu tempo, tanto no trabalho quanto fora dele. Mais de 70% disseram querer continuar agindo dessa forma.
O termo “quiet quitting” surgiu nos Estados Unidos em 2022 e se popularizou nas redes sociais, principalmente no TikTok. A prática significa cumprir apenas as tarefas básicas do trabalho, sem buscar promoções, aumento de salário ou crescimento profissional.
Entre os principais motivos apontados pelos japoneses para adotar essa postura estão: falta de identificação com o trabalho atual, insatisfação com a forma como são avaliados, preferência por manter um equilíbrio entre esforço e recompensa e indiferença com a progressão na carreira.
A pesquisa também ouviu profissionais de recursos humanos. Cerca de 38,9% disseram aceitar o “quiet quitting” como um estilo de trabalho válido. Já 32,1% afirmaram ver o movimento de forma negativa, por acreditarem que ele pode prejudicar o ambiente de trabalho.
O fenômeno do “quiet quitting” não é exclusivo do Japão. Um relatório da empresa americana Gallup apontou que, em 2023, 59% dos trabalhadores no mundo já praticavam a postura de apenas cumprir o básico no emprego.
Fonte: Mainichi