O Brasil garantiu destaque mundial no torneio All Japan Robot Sumo Tournament, realizado em Tóquio. A equipe MinervaBots, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conquistou o título na categoria “Mini Sumô” com o robô Zé Pequeno, derrotando na final outra equipe brasileira, a Kimauánisso Robotics Team, do Instituto Mauá de Tecnologia.
A vitória de 2 a 0 na grande final consolidou o desempenho brasileiro no torneio, que reuniu 63 robôs de diversas nacionalidades na arena Ryōgoku Kokugikan. Na competição, os robôs, conhecidos como “sumobots,” enfrentam-se em uma arena circular, com o objetivo de empurrar o adversário para fora, simulando a tradicional luta de sumô.
Destaque para a participação feminina
Um dos pontos altos do evento foi a participação das estudantes Anne Victória Rodrigues da Costa e Lígia Bonifácio, que lideraram a operação do robô campeão. Para Anne, aluna de engenharia mecânica, e Lígia, de engenharia eletrônica e de computação, a conquista vai além do troféu.
“Representar o Brasil em uma competição internacional é um privilégio, mas estar na final e vencer com uma equipe tão dedicada foi algo ainda mais especial”, disse Anne. Lígia destacou a importância do trabalho em grupo e o simbolismo da conquista: “É um reconhecimento para as mulheres na engenharia e uma mensagem de que podemos ocupar esse espaço com excelência.”
A equipe MinervaBots participa do torneio desde 2012, e o robô Zé Pequeno, criado em 2014, é fruto de anos de aprimoramento e inovação. Segundo as alunas, o resultado é reflexo de uma longa trajetória de dedicação de gerações de estudantes.
Brasil em destaque na robótica internacional
Quatro dos oito melhores robôs do torneio eram do Brasil. A equipe Kimauánisso Robotics Team, que ficou em segundo lugar, também levou prêmios em outras categorias, mostrando a força nacional no evento.
O professor Vitor Ferreira Romano, da UFRJ, enfatizou que a vitória da MinervaBots é um reflexo do potencial das universidades públicas. “É uma conquista que prova o impacto do investimento em ciência e tecnologia no Brasil. Isso motiva os alunos a acreditarem no seu potencial e participarem de competições de alto nível”, afirmou.
A Kimauánisso Robotics Team, fundada em 2004, participou do torneio com 11 robôs. Além do segundo lugar na categoria “Mini Sumô 500 g – Autônomo,” a equipe conquistou o terceiro lugar em “Mini Sumô 500 g – Rádio Controlado.”
Tecnologia como ponte para o futuro
O torneio, considerado um dos mais prestigiados no campo da robótica, não é apenas uma disputa, mas também um espaço de troca de conhecimento entre equipes de diferentes partes do mundo. Anne acredita que o Brasil tem tudo para crescer ainda mais na área: “O torneio mostrou que, com incentivo e visibilidade, podemos competir de igual para igual com os melhores. Essa vitória é uma prova de que estamos no caminho certo.”
Para Lígia, o título também inspira meninas e mulheres a se aventurarem na engenharia e na robótica: “Queremos que essa conquista mostre que o lugar das mulheres também é na tecnologia. Com dedicação e apoio, podemos alcançar grandes feitos.”
O professor Anderson Harayashiki Moreira, do Instituto Mauá, reforçou que a presença de duas equipes brasileiras na final é um marco importante: “Com mais incentivo e suporte, o Brasil pode se consolidar como uma potência em tecnologia e inovação.”
Fonte: Portal T5