O governo japonês confirmou nesta quarta-feira (21) a nomeação de Shinjiro Koizumi como novo ministro da Agricultura, Florestas e Pescas. A mudança ocorre após a saída de Taku Eto, que deixou o cargo por causa da repercussão negativa de declarações feitas sobre a compra de arroz.
A nomeação de Koizumi, de 44 anos, ex-ministro do Meio Ambiente e membro influente do Partido Liberal Democrata (PLD), acontece em um momento de pressão sobre o governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, que enfrenta críticas pela condução da política econômica, especialmente no controle da inflação de alimentos básicos.
Durante conversa com a imprensa após o anúncio, Koizumi afirmou que sua principal prioridade será lidar com o aumento no preço do arroz, alimento essencial para os japoneses. Ele declarou que recebeu orientações diretas do primeiro-ministro para concentrar esforços na estabilização da oferta e na redução de preços. “Fui instruído a colocar o arroz em primeiro lugar”, disse.
Koizumi destacou que pretende adotar medidas mais eficazes e com maior agilidade do que as que vêm sendo aplicadas. A liberação de estoques emergenciais feita nos últimos meses, segundo ele, não teve o efeito esperado. O ministro também mencionou que, como pai de crianças pequenas, entende a preocupação das famílias com os preços, especialmente em tempos de dificuldade econômica.
A crise no setor se agravou desde o segundo semestre do ano passado, após problemas na colheita e aumento nos custos de produção. Apesar de o governo negar um desabastecimento, especialistas apontam falhas na distribuição e questionam a eficácia das atuais políticas agrícolas.
O novo ministro
Shinjiro Koizumi tem experiência anterior na área. Entre 2015 e 2017, foi presidente do comitê de agricultura do PLD e participou das negociações sobre o Acordo Transpacífico (CPTPP). Ele também integra, atualmente, um grupo de trabalho do partido voltado ao setor pesqueiro.
A escolha de Koizumi é vista como tentativa de reverter a queda na aprovação do governo, que sofreu abalos com escândalos recentes e enfrenta um cenário difícil antes das eleições para a Câmara Alta, marcadas para o meio do ano.
Relembre a polêmica
O ex-ministro Taku Eto apresentou sua renúncia após dizer, em um evento partidário, que não precisava comprar arroz porque recebia grandes quantidades de apoiadores. A fala foi considerada inadequada diante da atual situação de mercado e gerou críticas tanto da oposição quanto de integrantes da base aliada.
Koizumi assume com a missão de recuperar a credibilidade da pasta, conter a alta dos preços e retomar a confiança da população em relação à política agrícola do país.
Fonte: Japan Today