A Nihon Hidankyo, organização japonesa formada por sobreviventes das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, foi premiada com o Prêmio Nobel da Paz por seu ativismo contínuo contra as armas nucleares. A premiação reconhece o compromisso dos sobreviventes, conhecidos como hibakusha, que transformaram suas experiências de sofrimento em uma causa global pela paz e pelo desarmamento nuclear.
O presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, enfatizou que o prêmio foi concedido em um momento crítico, quando as tensões nucleares estão crescendo. “O tabu contra o uso de armas nucleares está sob pressão, e é fundamental preservá-lo para o bem de toda a humanidade”, disse Frydnes.
Nihon Hidankyo
A Nihon Hidankyo foi fundada em 1956 e, desde então, tem sido a principal voz dos hibakusha, sobreviventes que sofreram os impactos devastadores dos bombardeios atômicos. A organização não apenas trabalha para manter viva a memória dessas tragédias, mas também atua em fóruns internacionais defendendo o fim definitivo das armas nucleares.
Tomoyuki Mimaki, presidente da filial de Hiroshima da Nihon Hidankyo, expressou emoção ao saber da premiação. “A dor que carregamos serviu para mostrar ao mundo os perigos das armas nucleares. Esse prêmio não é apenas nosso, mas de todos que lutam pela paz.”
O papel do Japão na luta pelo desarmamento nuclear
O reconhecimento da Nihon Hidankyo fortalece o papel do Japão como um símbolo global de paz e resistência contra a proliferação de armas nucleares. Como o único país a sofrer ataques nucleares, o Japão tem uma posição moral única na defesa do desarmamento, mesmo em um cenário global de tensões crescentes.
A premiação da Nihon Hidankyo também reflete o compromisso contínuo do Japão em ser uma nação pacifista, com foco na diplomacia e no fortalecimento de normas internacionais contra o uso de armas nucleares.
Um alerta em meio a conflitos globais
O prêmio Nobel da Paz deste ano chega em um momento de alerta global, com conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, que reacenderam o temor de um possível uso de armas nucleares.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, comentou que o reconhecimento à Nihon Hidankyo é “um lembrete vital de que a humanidade não pode repetir os erros do passado”.
Fonte: Japan Today