Apenas 10,4% dos moradores do Japão desejam que o primeiro-ministro Fumio Kishida continue no cargo após a eleição para a liderança do Partido Liberal Democrata (PLD) em setembro. A pesquisa nacional, conduzida pela Kyodo News, mostra um cenário de descontentamento crescente com a gestão de Kishida.
A pesquisa telefônica, realizada em dois dias, revelou que a aprovação do gabinete de Kishida caiu para 22,2%, uma queda de 2 pontos percentuais em relação aos 24,2% registrados em maio. Já a taxa de desaprovação manteve-se praticamente estável em 62,4%.
Com a popularidade em declínio, 36,6% dos entrevistados afirmaram querer que Kishida renuncie o mais rápido possível.
A insatisfação com o governo de Kishida também se reflete na percepção pública sobre a nova lei de financiamento político. Promulgada na semana passada, a lei pretende reformar as regras de financiamento, mas 78,9% dos entrevistados acreditam que ela não resolve o problema do dinheiro na política.
A lei foi proposta pelo PLD após um escândalo de fundos secretos que abalou a confiança na política japonesa. Kishida defendeu a nova legislação, afirmando que tornará a arrecadação de fundos mais transparente. No entanto, partidos de oposição criticaram a lei por ser insuficiente.
Sobre o recente corte de ¥40.000 no imposto de renda e residência, 69,6% dos entrevistados disseram não acreditar que a medida ajudará as famílias a enfrentar o aumento dos custos de vida.
A lei revisada também aborda a transparência nas receitas de fundos políticos. No entanto, 90,4% dos entrevistados consideram as mudanças insuficientes, enquanto apenas 7,6% acreditam que são adequadas.
A pesquisa mostrou um pequeno aumento no apoio ao PLD, liderado por Kishida, que subiu para 26,5%, um aumento de 1,8 pontos percentuais. Em contrapartida, o apoio ao Partido Democrático Constitucional do Japão caiu para 11,7%, e o Partido da Inovação do Japão registrou uma leve queda para 7,2%.
Os entrevistados sem filiação partidária específica aumentaram de 32,3% para 34,8%, refletindo um crescente desapontamento com as opções políticas disponíveis.
A pesquisa incluiu 512 domicílios e 2.624 números de telefone celular, selecionados aleatoriamente. Responderam à pesquisa 431 membros de domicílios e 625 usuários de celulares. Algumas áreas da província de Ishikawa, afetadas pelo terremoto da Península de Noto, foram excluídas da pesquisa.
Fonte: Mainichi