O Japão registrou em 2024 o segundo menor número de suicídios desde o início dos registros em 1978. No entanto, o número de estudantes do ensino fundamental, médio e colegial que tiraram a própria vida atingiu um recorde histórico.
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Ministério da Saúde, baseados em estatísticas da Agência Nacional de Polícia, 529 estudantes cometeram suicídio no ano passado — o maior número já registrado nesse grupo.
O total de mortes por suicídio no país caiu para 20.320, uma redução de 1.517 casos em relação a 2023. A taxa nacional também recuou, passando de 17,6 para 16,4 por 100 mil habitantes. A maior queda foi entre pessoas na faixa dos 50 anos. Ainda assim, essa faixa etária continua liderando em números absolutos, com 3.799 mortes.
Entre adolescentes, o quadro é mais preocupante. O número de suicídios entre meninas de até 19 anos aumentou cerca de 13% no período. O mês com mais registros foi abril, quando começam o ano letivo e o ano fiscal no Japão — período que costuma gerar pressão e ansiedade em crianças e jovens.
Para o governo japonês, a situação exige atenção imediata. “O número de suicídios entre alunos do ensino fundamental e médio chegou a 529, o maior desde o início da série histórica. Isso é extremamente alarmante e está sendo tratado com seriedade”, declarou o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, em entrevista coletiva.
As principais causas apontadas entre os estudantes foram problemas escolares, seguidos por questões de saúde e conflitos familiares. Pelo terceiro ano consecutivo, o total de suicídios entre estudantes ficou acima de 500 casos.
Apesar da queda no número geral de suicídios entre homens e mulheres, os homens ainda representam 2,1 vezes mais casos que as mulheres. O Japão continua tendo a maior taxa de suicídios entre os países do G7 e a quarta maior do mundo, atrás apenas da Coreia do Sul, Lituânia e Eslovênia.
O governo reforçou a importância da escuta e da prevenção. “Se você está passando por dificuldades, não guarde para si. Converse com alguém. Caso falar pessoalmente seja difícil, existem serviços de apoio por redes sociais”, destacou Hayashi.
Ajuda está disponível
No Japão, em caso de emergência, ligue para o 119. Para apoio emocional gratuito e anônimo, a TELL Lifeline atende pelo telefone 03-5774-0992 ou pelo site telljp.com.
Para brasileiros no Japão, também existe ajuda em português. Conheça o Projeto Tsuru, que oferece apoio psicológico e emocional à comunidade brasileira: projetotsuru.com.
Fonte: Japan Times
