20/09/2024 08:01

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Turismo em alta no Japão impulsiona contratação de trabalhadores estrangeiros no setor hoteleiro

Com o turismo em plena recuperação após a pandemia, hotéis no Japão enfrentam uma escassez de mão de obra e estão recorrendo cada vez mais à contratação de trabalhadores estrangeiros. A demanda crescente por acomodações e serviços no país tem pressionado as operadoras hoteleiras a ampliar suas equipes, e o foco agora é em profissionais de fora do Japão.

A Tokyu Resorts & Stays, uma das principais redes hoteleiras do país, anunciou planos de aumentar sua força de trabalho estrangeira de 120 para 580 pessoas até 2033. Esse contingente representará cerca de 30% do total de funcionários, comparado aos 6% atuais. A empresa vem abrindo novos resorts e hotéis em ritmo acelerado e reconhece que não será capaz de suprir suas necessidades de contratação apenas com novos graduados japoneses.

O programa de trabalhadores qualificados, implementado pelo governo japonês, é o principal canal de recrutamento para essas contratações. A Tokyu Resorts já trouxe profissionais das Filipinas e de Mianmar por meio desse programa e agora planeja expandir suas buscas para países como Indonésia e Nepal. Os trabalhadores estrangeiros devem ocupar principalmente cargos como cozinheiros e garçons nos restaurantes dos hotéis.

Para manter esses profissionais no Japão, a Tokyu Resorts está investindo na renovação de dormitórios para treinamento em serviço, como no resort na província de Nagano, onde foi instalada internet sem fio para oferecer maior conforto aos trainees durante o tempo livre.

Outras redes hoteleiras, como a Seibu Prince Hotels Worldwide, também estão aumentando a contratação de estrangeiros. A empresa planeja contratar 20% mais trabalhadores estrangeiros neste ano fiscal e oferecerá benefícios adicionais, como um subsídio de moradia de 20.000 ienes por mês e até 100.000 ienes anuais em auxílios para viagens ao país de origem, permitindo até duas viagens por ano.

A integração cultural é outro ponto de foco. No Shizukuishi Prince Hotel, na província de Iwate, o treinamento inclui experiências culturais como a degustação de wanko soba, uma especialidade local, e visitas a atrações turísticas da região. A ideia é que esses funcionários estrangeiros possam compartilhar essas experiências com os visitantes, enriquecendo a estadia dos turistas.

A Fujita Kanko, outra importante operadora hoteleira, tem como meta aumentar a participação de trabalhadores estrangeiros para 10% do total até 2028, ante 8,1% registrados no ano passado. A empresa começou recentemente a oferecer um subsídio de 4.000 ienes para cada renovação de visto de trabalho dos empregados.

A escassez de mão de obra no setor hoteleiro é um desafio sério. Dados do governo mostram que, embora o emprego na indústria de hospedagem e alimentação tenha aumentado em 30 mil trabalhadores em junho deste ano, totalizando 4 milhões, o número ainda está aquém dos 4,21 milhões registrados antes da pandemia, em 2019.

A Mori Trust, uma das principais desenvolvedoras imobiliárias do Japão, prevê que o turismo internacional no país crescerá 38% este ano, atingindo um recorde de 34,5 milhões de pessoas. No entanto, muitos hotéis estão deixando quartos vazios por falta de funcionários para atendê-los.

O setor também está pressionando o governo para revisar as descrições de cargos no programa de trabalhadores qualificados, facilitando a contratação de funcionários estrangeiros em diversas funções, não apenas aquelas diretamente ligadas ao atendimento ao cliente.

Além de buscar talentos no exterior, melhorar as condições de trabalho e a remuneração no setor de hospitalidade é visto como essencial para atrair mais profissionais. A média salarial mensal na indústria de hospedagem e alimentação é a mais baixa entre todos os setores, com 259.000 ienes no ano passado, segundo dados do Ministério do Trabalho.

As principais entidades sindicais têm como meta um salário anual de 5,5 milhões de ienes para trabalhadores aos 35 anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer. “As condições de trabalho e o ambiente na indústria do turismo não são tão atrativos quanto em outros setores”, destaca Asuka Sakurada, presidente da Federação Japonesa de Trabalhadores de Serviços e Turismo.

Fonte: Nippon

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