Uma pesquisa realizada em outubro pela Sozow Co., operadora de uma escola gratuita online em Tóquio, identificou que aproximadamente um em cada cinco pais de crianças fora do sistema escolar precisou deixar o emprego. Com o número de estudantes ausentes da escola em crescimento no Japão, a situação tem gerado desafios que envolvem o bem-estar das crianças e dos pais.
O levantamento, com respostas de 187 pais de estudantes do ensino fundamental e médio atendidos pela Sozow, mostrou que 18,7% tiveram que abandonar o emprego para monitorar e apoiar os filhos. Os motivos variam entre necessidade de supervisão e apoio escolar em momentos de frequência esporádica.
Além das mudanças na vida profissional, a pesquisa revelou que muitos pais estão lidando com questões de saúde mental. Entre os entrevistados, 57,2% relataram sintomas de depressão, 54,5% descreveram-se solitários e 9,1% mencionaram pensamentos suicidas. Outros 15% buscaram ajuda psiquiátrica.
Teppei Sekimizu, professor associado da Universidade Meiji Gakuin, que colaborou com a análise da pesquisa, ressaltou que o apoio familiar é afetado e que medidas de suporte são necessárias para os pais. Os dados mostram ainda que 77% dos pais tiveram dificuldade para acessar informações educacionais e de apoio por parte das escolas.
Com cerca de 300 mil alunos fora das salas de aula no ano letivo de 2022, o Ministério da Educação destacou que o suporte aos pais e alternativas como ensino domiciliar e escolas gratuitas são opções, embora haja dificuldades na implementação de orientações em todas as escolas regulares.
Representantes da Sozow alertam que, em muitos casos, o apoio oferecido pelas escolas regulares pode não ser suficiente. “A cada ano, o número de crianças fora da escola aumenta e lidar com essa situação exige esforços de todos”, afirmou um porta-voz da empresa, ressaltando a importância de um sistema educacional que ofereça acesso a informações claras e apoio emocional aos pais.
Fonte: Mainichi
