A prefeitura de Sapporo anunciou que ordenará a remoção de todas as construções do North Safari Sapporo, um zoológico popularmente conhecido como “o mais perigoso do Japão”, devido à interação direta entre visitantes e animais selvagens. As instalações, que incluem recintos de animais e escritórios, foram construídas sem permissão em uma área com restrições para o desenvolvimento urbano. A medida, inédita para um zoológico no Japão, equivale a uma ordem de fechamento definitivo.
Localizado em uma região montanhosa a cerca de 20 quilômetros do centro de Sapporo, o North Safari Sapporo foi inaugurado em julho de 2005 e abriga cerca de 150 espécies de animais, incluindo leões, tigres e ursos-negros asiáticos. O zoológico ganhou notoriedade por permitir que visitantes alimentem tigres dentro das jaulas, atraindo atenção da mídia e de turistas.
A prefeitura identificou a construção irregular do zoológico já em 2004, antes mesmo da inauguração, e notificou a empresa operadora, Success-Kanko Corp., para que obtivesse as devidas permissões. No entanto, a empresa ignorou as diretrizes e continuou expandindo as instalações, que hoje somam aproximadamente 150 edifícios. Mesmo após diversas notificações por escrito e advertências verbais, a empresa não regularizou a situação.
Além das irregularidades na construção, o zoológico tem sido alvo de críticas nas redes sociais desde novembro de 2024, especialmente pelo estresse causado aos animais, como o caso de uma acomodação que permite pernoites em um quarto com janela para um recinto de focas. A prefeitura já recebeu mais de 500 reclamações e uma campanha online busca assinaturas para pressionar o governo a fechar o estabelecimento.
A prefeitura também reconheceu falhas em seu próprio processo de fiscalização. Embora a empresa não tenha registrado sua licença como negócio de manejo animal do Tipo 1 antes da inauguração, o governo local aceitou a documentação retroativamente em 2006 e continuou renovando a licença ao longo dos anos, permitindo ainda a abertura de restaurantes e acomodações no zoológico.
Agora, a prefeitura realizará um procedimento de audiência antes de emitir a ordem final de remoção dos edifícios. Caso a empresa não cumpra a decisão, poderá enfrentar punições que incluem até um ano de prisão ou multa de até 500 mil ienes.
Fonte: Japan Times